Pra ser sincero...
Pra ser sincero...
... existe uma inversão sobre o que possa ser um ato sincero.
Sincero, hoje, para alguns, é o mesmo de dizer basicamente tudo o que se pensa. Mas isso não passa de uma... mentira.
E ainda se pensa que, em sendo sincero, os outros é que devem suportar a carga do estrume da minha incapacitação de pensar para dizer, também chamado por alguns de “sinceridade”.
Fora desse nível de “sinceridade” que nunca alcançarei, conheço alguns que conseguem ser de fato muito mais sinceros quando não dizem nada. Aí é que está!
Sinceridade não é dizer tudo que lhe vem a cabeça. Sinceridade é saber o que dizer, quando dizer e a quem dizer, me tornando assim responsável pelo que eu digo e não fazendo um mal uso da sinceridade e tornando ela uma falsa sinceridade, regada de má-fé e segundas intenções.
Aí, assim como a maior verdade se torna um negócio de mentiras nas mãos de quem a usa para ferir, até a mais sincera sinceridade é corrompida e se torna uma ferramenta de ardil na boca de quem diz.
Não existe sinceridade sem que antes nela haja juízo.
Sinceridade sem juízo não é sinceridade; é um vocabulário embriagado.
Sabe..., um remédio é uma ótima solução para se tratar uma doença, mas dado nas mãos de uma criança esperando que ela se trate, é provavelmente fatal.
O mesmo de quem toma o pretexto da sinceridade para falar irresponsavelmente.
Fazer isso é uma desonestidade a sinceridade e a quem diz nessa ilusão de estar sendo sincero.
Sinceridade para quem sabe usar. Juízo que precisamos ter.
Gabriel Rocha
05.10.17
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