Minha sincera descrição sobre a figura política de Jair Bolsonaro, uma análise do quadro político-social atual e uma pergunta: temos o direito de sermos intolerantes?
CONSIDERAÇÕES
Primeiro é preciso entender que Bolsonaro sendo Bolsonaro é apenas ele em sua lastimável decisão de ser. Mas ser ele o deputado eleito com maior quantitativo de votos no Rio de Janeiro e tendo sido também apontado ultimamente como um dos candidatos preferidos à presidência do Brasil, nos faz darmos conta de onde surgem figuras assim. Logicamente, de nenhuma casa de horror mas do próprio povo em sua grande parcela que se vê muito bem representado pela mesma figura. Seja pela expressão que Bolsonaro se mostra ou pela finalidade que ele diz querer alcançar nos seus discursos. De qualquer forma, se identificam.
Os tempos de fato mudaram, mas a maior parte da população brasileira não acompanhou essa mudança em crescimento, em amadurecimento e, menos ainda, em consciência meramente social nem se deu conta, ainda, do que está pedindo com as palavras que usa.
O ESPÍRITO DIVISOR E OPOSITOR DE BOLSONARO
Bolsonaro só consegue usar de um mesmo discurso ideológico nacionalista e autoritário para promover suas ideias radicais, além de ser o maior instigador brasileiro de diferença e de discórdia. E digo isso não só dentro do cenário político, mas também além dele. Ele realmente carrega e declara um espírito divisor que se opõe ao que viria a ser uma sociedade. Na verdade, ele se opõe a qualquer forma de unidade que não seja hegemônica a ele, porque não sabe trabalhar com inclusões e resoluções para se chegar a uma solução. Ele trabalha com divisão e oposição, sempre. Para ele, esse é o caminho mais lógico e fácil para todo o tipo de questão.
Ele promove a sua popularidade como algum rapaz se faz viral em um reality show ou acaba se tornando a última sensação do YouTube. Colabora para a mais hostil das dicotomias político partidárias quando de forma nada sútil inferioriza um lado e taxa todo um grupo de “retardados esquerdopatas” ou algo do tipo.
É um birrento que sempre quando pode declara guerra aos direitos humanos para se sobressair nas manchetes e ser venerado como “mito”.
Levou um infeliz cuspe de Jean Willys, mas não tão infeliz quanto a cusparada diária que dedica ao estado democrático quando homenageia um torturador e pede a volta do regime militar de baixo de um teto cedido pela mesma democracia que é desmerecida.
Ele se põe como a salvação para alguns que concordam com esse espírito, ou ainda como “ m mal necessário” para muitos desinformados de suas propostas (principalmente a raiz da maioria delas) ou pela forma que estas seriam aplicadas.
SEM CONTRIBUIÇÕES A OFERECER E RIDICULAMENTE IMATURO
Segundo que o complexo de decisões e manutenção econômica, social e outros não se resumem apenas em direita e esquerda, ou em bandeiras e bordões criadas por ídolos políticos. Cada candidato tem as suas propostas, e cada proposta e decisão tomada por este arrecadará consequências, bem como todo seu modo de governar o país e em suas relações externas. A coisa, assim, vai muito mais além do que termos corrupto e não corrupto, vai muito além do que vermelho e azul – como o estigma atual sugere – e com certeza, ainda mais além do que hostilizar esquerda e idolatrar direita, ou vice-versa.
Suas propostas, quando não são muito fracas para a solução de um problema ou já propostas por outros e, fora algumas alterações ali e aqui, viram “2ª edição”, são extremas e por isso descartáveis. Ele não consegue considerar ao menos o peso da realidade esmagadora que vai em contradição ao que ele diz e propõe. Não enxerga nem as consequências que as propostas mais impróprias poderiam causar. É tão insano que chega a ser ridículo depositar alguma moral em um sujeito que sendo assim ainda se imagina governante de uma nação!
A volta de um regime assassino, bem como a implementação de um Estado teocrático, para ele, não é nenhum absurdo, mas sim uma necessidade. “Já passou da hora!” ‑ propaga aos seus seus eleitores como uma simples verdade, você não vê? Um grande exemplo representativo, afinal alguém de mesmo ideal o escolheu, e não são poucos estes. Nesse sentido, a ordem de quem simpatiza com os discursos de quem propaga os mesmos não faz diferença porque os dois confessam o mesmo espírito. O único diferencial é que muitos cedem a voz para um propagar e o que propaga, por sua vez, propaga com prazer o que já estava internalizado como anseio na multidão, seja por ignorância, seja por intolerância.
O SHOW “TEATRALESCO” DE QUEM NÃO FEZ CINEMATOGRAFIA, SÓ DUAS DÉCADAS E MEIA DE DESSERVIÇO COMO CONTRIBUIÇÃO VAGA DE SERVIÇO
O apelo claro de se ouvir e de se assimilar, ainda que insustentável, mas que atende e faz o pensamento comum, é percebido e quase que imediatamente, apoiado. São as demagogias bobas acompanhadas por frases de efeitos que não passam de efeitos que cativam a atenção dos outros. É uma das figura histriônica que atualmente compõe essa estranha direita brasileira, sem ordem e sem moral, embora tenha muito moralismo, e de identidade caricata que, não exclusivamente, essa mesma direita virou time de futebol.
Outro desfavor que se volta não mais diretamente ao Bolsonaro mas faz ele ter parte nele, é quando alguém, sem pensar, pensa que por aderências político partidárias que um outro tenha se afiliado pode-se chamar a esse ou a qualquer outro como uma espécie de coisa ou laia. Assim você tira o reconhecimento de uma pessoa como pessoa e começa a tratar-la como um simples rótulo a ser desmerecido. Há um estímulo e uma certa deliberação para se coisificar as pessoas que se opõem a sua ideia ou pessoa política, interpretando-as não mais como um alguém, um semelhante com uma posição contrária, mas uma “coisa”, um algo menos que humano esvaziado de pessoalidade, tão somente um conceito inimigo: mortadela, comunista, socialista, feminista, petralha... Todos eles, ainda que não simpatizem realmente com algum desses grupos, assim serão interpretados e, nisso, estigmatizados, detestados. Só há espaço para o certo - “nós” - e os errados - “eles” - e nada mais.
A tática que ele usa para ganhar eleitores simplesmente não existe.
Ele não tem nenhuma tática para atrair eleitores, nem mesmo as piores delas, porque ele não quer ter eleitores. Ele quer é ter fãs. Verdadeiros e cativos fanáticos. E para isso se dispôs a abandonar a conduta costumeira de um parlamentar para se mostrar mais equiparado a maioria, encarnando toda a raiva e insatisfação coletiva em si e propondo, para a resolução de todas elas, alternativas toscamente binárias e superficiais que não suportam a complexidade da realidade social: “para acabar com a criminalidade, façamos homicídio em larga escala assassinando aqueles que temos como criminosos; para acabar com o homicídio praticado nas ruas por criminosos, matemos em pavilhões de prisões com pena de morte; para acabar com a corrupção, 'tortura neles', como punição; e, para qualquer outro problema, mais sacrifício de sangue”.
São propostas disparadas sem nenhum senso, quer seja estatístico o ou puramente analítico quanto realidade, mas tão somente apelativo, que sacia a revolta irracional do meio coletivo sem nenhuma eficiência real se fosse colocada em prática. Usando de uma abordagem direta, mas de colocações e considerações muito pobres por serem também muito rasas na explanação da questão, cumprindo a utilidade meramente retórica de parecerem serem, assim, óbvias e simples de se resolverem. De adesão popular, mas igualmente irreflexiva. Cheio de certeza no que diz, mas raramente fundamentada e excessivamente histérica, como uma forma de obter mais destaque no meio, na falta de uma formação técnica ou por experiência.
Grandessíssima parte das coisas que o candidato e outros simpatizantes dele defendem não serve como solução para coisa alguma, menos ainda é um pensamento útil nem na política nem para ser aplicado em qualquer outra área da vida. E quando se serve de algum fundamento, lhe falta testificação, ou, ainda tendo um sentido, é inviável pela maneira ou nível que querem aplicar sendo muito radical.
Em poucas palavras o seu ideal se resume a um obscurantismo pós moderno militarizado e isso sem nenhum exagero na comparação.
Tal coisa só promove ainda mais a ignorância histórica, científica, cidadã e a alienação pela discórdia quando o povo brasileiro se opõe tão natural e automaticamente contra o próprio povo brasileiro, que por uma certa parte, se identificam com os mesmos ícones de política extrema, embora esses extremos não se percebam. O que só confirma o quanto são extremos e já perderam o senso de qualquer referência de bom senso correto e o rumo de um raciocínio ponderado para situações e indagações que devem e merecem ser pensadas e repensadas, e não tratadas com imposições de armas, regime ditatorial ou esquecidos e desmerecido como forma de tabu.
ANALISANDO O CENÁRIO POLÍTICO-SOCIAL ATUAL
Com essa desconfiança e o desgaste descarado causado pelo abuso de um governo burro – nas suas aplicações infraestruturais (executivo) e infraconstitucionais (legislativo) – e corrupto – na sua administração de verbas voltadas tanto para a manutenção econômica do Estado e suas competências de serviços públicos, como saúde e segurança, quanto no retorno aos trabalhadores em espécie através de programas sociais – fica claro o motivo de tanto desânimo daqueles que poderiam reivindicar de forma séria e sem dependência ou apoio de demais partidos e movimentos políticos que se aproveitam da iniciativa como plataforma de marketing e sustentação às custas de causas verdadeiras quando estes não estão interessados em nenhuma dessas causas de dignidade e de razão, fora o interesse infinito do seu próprio umbigo. Isso ainda quando não são os próprios movimentos que orquestram a causa que as multidões deveram defender contra o movimento antagônico ao seu, não pela causa, mas pelo movimento em si mesmo.
O resultado que aparece após tantas promessas não cumpridas essa a sucessão de explorações políticas contínuas só podem ter duas reações possíveis, as quais vemos aos montes:
Os dispostos a lutarem por alguma coisa são atraídos e alugados por movimentos partidários que oferecem a eles uma causa, um grupo de iguais, um reconhecimento nobre em meio ao grupo e uma voz, desde que essa seja unânime aos interesses do grupo e o indivíduo segue sendo escravo do que pensa ser os seus interesses. E como tendência, se distancia do crítico se polarizando e passa a habitar uma realidade diferente da real, com considerações seletivas de um todo mais complexo e que repulsa de quem enxerga diferente dela;
Ou o comodismo consistente e inerte, que não se preocupa com nada e por isso não faz questão de estar de acordo com a linha sistêmica dos grupos de interesse mas tampouco constrói suas posições de uma forma racional, quando as têm.
IDENTIFICANDO BOLSONARO NO CENÁRIO
Bolsonaro se encaixa no caso número um. Não diferente dos outros grupos, tendo os extremos interpretações diferentes da mesma profundidade, os fãs de Bolsonaro se deixaram cegar por discursos ideológicos infundados, admitidos infundados pela própria direita contemporânea que se manteve coerente durante um tempo ao reconhecer, pelo menos, o quão são infundado. Não há como mudar o que é fato, então engana-se.
Basicamente, a sedução de Bolsonaro, para quem assim se sinta seduzido, está nas frases de efeitos usadas como resposta útil em um debate onde ele raramente ouve o que ele mesmo diz. Como um tiro verbal em represália a uma questão proposta.
O QUÃO ESTAMOS PERDIDOS
Finalmente e ironicamente eu quero dizer que, antes, bem antes, além de todo os pretextos políticos já comuns e formalizados até aqui, trata-se de algo bem mais básico e fundamental: a consciência que uma pessoa saudável deve ter como cidadão. Antes de tratarmos da política como política, particularmente, eu penso que não se trata apenas de política e da imagem separatista que não só o dito cenário ganhou nos últimos tempos, como também é visto por muitos assim. O mundo é muito mais que um muro com dois lados a serem divididos, as pessoas não são tampas onde, como ele promove, rotula e desmerece aqueles que bem quer.
Eu fico abismado ao ver a que ponto chegamos em não tratar do básico e termos agora, como resultado, a manifestação desse surto político, novamente; como um hiato repentino que vai e volta mas nunca é aprendido como lição de nossa presunção exacerbada de ideais e deste primeiro impulso de extremar para discriminar, dividir para inculpar e assim em sua caricatura sendo mais um contribuinte a polarizar a política, quando a função dela é harmonizar o método de governança por mais fragmentado que seja.
A ESTRATÉGIA PREVISÍVEL PARA ALCANÇAR O SEU OBJETIVO
Candidatos como Bolsonaro se aproveitam de pessoas com tendência ao extremo para poderem propagar seus ideais extremos. Se aproveitam do fato de termos tido um governo corrupto titulado de esquerda – sem querer entra no mérito da questão de posição desse governo – para nos oferecer como solução um outro extremo. Um vício de piores escolhas. Ele, como muitos outros, usa a imagem de Lula e Dilma e a memória dos seus governos encerrados numa crise para criar um contrapeso e colocar-se como escolha alternativa porque quase que basicamente “até agora não foi comprovado nenhuma evidência de que ele fosse corrupto”. Essa é a grande justificativa que na maioria das vezes usam para a sua candidatura.
Então, o que ele pretende no final das contas é controle. Controle absoluto de um país que se desenvolva e funcione conforme a sua vontade, pois pensa que só com esse tipo de controle um país pode ter futuro.
Primeiro é preciso entender que Bolsonaro sendo Bolsonaro é apenas ele em sua lastimável decisão de ser. Mas ser ele o deputado eleito com maior quantitativo de votos no Rio de Janeiro e tendo sido também apontado ultimamente como um dos candidatos preferidos à presidência do Brasil, nos faz darmos conta de onde surgem figuras assim. Logicamente, de nenhuma casa de horror mas do próprio povo em sua grande parcela que se vê muito bem representado pela mesma figura. Seja pela expressão que Bolsonaro se mostra ou pela finalidade que ele diz querer alcançar nos seus discursos. De qualquer forma, se identificam.
Os tempos de fato mudaram, mas a maior parte da população brasileira não acompanhou essa mudança em crescimento, em amadurecimento e, menos ainda, em consciência meramente social nem se deu conta, ainda, do que está pedindo com as palavras que usa.
O ESPÍRITO DIVISOR E OPOSITOR DE BOLSONARO
Bolsonaro só consegue usar de um mesmo discurso ideológico nacionalista e autoritário para promover suas ideias radicais, além de ser o maior instigador brasileiro de diferença e de discórdia. E digo isso não só dentro do cenário político, mas também além dele. Ele realmente carrega e declara um espírito divisor que se opõe ao que viria a ser uma sociedade. Na verdade, ele se opõe a qualquer forma de unidade que não seja hegemônica a ele, porque não sabe trabalhar com inclusões e resoluções para se chegar a uma solução. Ele trabalha com divisão e oposição, sempre. Para ele, esse é o caminho mais lógico e fácil para todo o tipo de questão.
Ele promove a sua popularidade como algum rapaz se faz viral em um reality show ou acaba se tornando a última sensação do YouTube. Colabora para a mais hostil das dicotomias político partidárias quando de forma nada sútil inferioriza um lado e taxa todo um grupo de “retardados esquerdopatas” ou algo do tipo.
É um birrento que sempre quando pode declara guerra aos direitos humanos para se sobressair nas manchetes e ser venerado como “mito”.
Levou um infeliz cuspe de Jean Willys, mas não tão infeliz quanto a cusparada diária que dedica ao estado democrático quando homenageia um torturador e pede a volta do regime militar de baixo de um teto cedido pela mesma democracia que é desmerecida.
Ele se põe como a salvação para alguns que concordam com esse espírito, ou ainda como “ m mal necessário” para muitos desinformados de suas propostas (principalmente a raiz da maioria delas) ou pela forma que estas seriam aplicadas.
SEM CONTRIBUIÇÕES A OFERECER E RIDICULAMENTE IMATURO
Segundo que o complexo de decisões e manutenção econômica, social e outros não se resumem apenas em direita e esquerda, ou em bandeiras e bordões criadas por ídolos políticos. Cada candidato tem as suas propostas, e cada proposta e decisão tomada por este arrecadará consequências, bem como todo seu modo de governar o país e em suas relações externas. A coisa, assim, vai muito mais além do que termos corrupto e não corrupto, vai muito além do que vermelho e azul – como o estigma atual sugere – e com certeza, ainda mais além do que hostilizar esquerda e idolatrar direita, ou vice-versa.
Suas propostas, quando não são muito fracas para a solução de um problema ou já propostas por outros e, fora algumas alterações ali e aqui, viram “2ª edição”, são extremas e por isso descartáveis. Ele não consegue considerar ao menos o peso da realidade esmagadora que vai em contradição ao que ele diz e propõe. Não enxerga nem as consequências que as propostas mais impróprias poderiam causar. É tão insano que chega a ser ridículo depositar alguma moral em um sujeito que sendo assim ainda se imagina governante de uma nação!
A volta de um regime assassino, bem como a implementação de um Estado teocrático, para ele, não é nenhum absurdo, mas sim uma necessidade. “Já passou da hora!” ‑ propaga aos seus seus eleitores como uma simples verdade, você não vê? Um grande exemplo representativo, afinal alguém de mesmo ideal o escolheu, e não são poucos estes. Nesse sentido, a ordem de quem simpatiza com os discursos de quem propaga os mesmos não faz diferença porque os dois confessam o mesmo espírito. O único diferencial é que muitos cedem a voz para um propagar e o que propaga, por sua vez, propaga com prazer o que já estava internalizado como anseio na multidão, seja por ignorância, seja por intolerância.
O SHOW “TEATRALESCO” DE QUEM NÃO FEZ CINEMATOGRAFIA, SÓ DUAS DÉCADAS E MEIA DE DESSERVIÇO COMO CONTRIBUIÇÃO VAGA DE SERVIÇO
O apelo claro de se ouvir e de se assimilar, ainda que insustentável, mas que atende e faz o pensamento comum, é percebido e quase que imediatamente, apoiado. São as demagogias bobas acompanhadas por frases de efeitos que não passam de efeitos que cativam a atenção dos outros. É uma das figura histriônica que atualmente compõe essa estranha direita brasileira, sem ordem e sem moral, embora tenha muito moralismo, e de identidade caricata que, não exclusivamente, essa mesma direita virou time de futebol.
Outro desfavor que se volta não mais diretamente ao Bolsonaro mas faz ele ter parte nele, é quando alguém, sem pensar, pensa que por aderências político partidárias que um outro tenha se afiliado pode-se chamar a esse ou a qualquer outro como uma espécie de coisa ou laia. Assim você tira o reconhecimento de uma pessoa como pessoa e começa a tratar-la como um simples rótulo a ser desmerecido. Há um estímulo e uma certa deliberação para se coisificar as pessoas que se opõem a sua ideia ou pessoa política, interpretando-as não mais como um alguém, um semelhante com uma posição contrária, mas uma “coisa”, um algo menos que humano esvaziado de pessoalidade, tão somente um conceito inimigo: mortadela, comunista, socialista, feminista, petralha... Todos eles, ainda que não simpatizem realmente com algum desses grupos, assim serão interpretados e, nisso, estigmatizados, detestados. Só há espaço para o certo - “nós” - e os errados - “eles” - e nada mais.
A tática que ele usa para ganhar eleitores simplesmente não existe.
Ele não tem nenhuma tática para atrair eleitores, nem mesmo as piores delas, porque ele não quer ter eleitores. Ele quer é ter fãs. Verdadeiros e cativos fanáticos. E para isso se dispôs a abandonar a conduta costumeira de um parlamentar para se mostrar mais equiparado a maioria, encarnando toda a raiva e insatisfação coletiva em si e propondo, para a resolução de todas elas, alternativas toscamente binárias e superficiais que não suportam a complexidade da realidade social: “para acabar com a criminalidade, façamos homicídio em larga escala assassinando aqueles que temos como criminosos; para acabar com o homicídio praticado nas ruas por criminosos, matemos em pavilhões de prisões com pena de morte; para acabar com a corrupção, 'tortura neles', como punição; e, para qualquer outro problema, mais sacrifício de sangue”.
São propostas disparadas sem nenhum senso, quer seja estatístico o ou puramente analítico quanto realidade, mas tão somente apelativo, que sacia a revolta irracional do meio coletivo sem nenhuma eficiência real se fosse colocada em prática. Usando de uma abordagem direta, mas de colocações e considerações muito pobres por serem também muito rasas na explanação da questão, cumprindo a utilidade meramente retórica de parecerem serem, assim, óbvias e simples de se resolverem. De adesão popular, mas igualmente irreflexiva. Cheio de certeza no que diz, mas raramente fundamentada e excessivamente histérica, como uma forma de obter mais destaque no meio, na falta de uma formação técnica ou por experiência.
Grandessíssima parte das coisas que o candidato e outros simpatizantes dele defendem não serve como solução para coisa alguma, menos ainda é um pensamento útil nem na política nem para ser aplicado em qualquer outra área da vida. E quando se serve de algum fundamento, lhe falta testificação, ou, ainda tendo um sentido, é inviável pela maneira ou nível que querem aplicar sendo muito radical.
Em poucas palavras o seu ideal se resume a um obscurantismo pós moderno militarizado e isso sem nenhum exagero na comparação.
Tal coisa só promove ainda mais a ignorância histórica, científica, cidadã e a alienação pela discórdia quando o povo brasileiro se opõe tão natural e automaticamente contra o próprio povo brasileiro, que por uma certa parte, se identificam com os mesmos ícones de política extrema, embora esses extremos não se percebam. O que só confirma o quanto são extremos e já perderam o senso de qualquer referência de bom senso correto e o rumo de um raciocínio ponderado para situações e indagações que devem e merecem ser pensadas e repensadas, e não tratadas com imposições de armas, regime ditatorial ou esquecidos e desmerecido como forma de tabu.
ANALISANDO O CENÁRIO POLÍTICO-SOCIAL ATUAL
Com essa desconfiança e o desgaste descarado causado pelo abuso de um governo burro – nas suas aplicações infraestruturais (executivo) e infraconstitucionais (legislativo) – e corrupto – na sua administração de verbas voltadas tanto para a manutenção econômica do Estado e suas competências de serviços públicos, como saúde e segurança, quanto no retorno aos trabalhadores em espécie através de programas sociais – fica claro o motivo de tanto desânimo daqueles que poderiam reivindicar de forma séria e sem dependência ou apoio de demais partidos e movimentos políticos que se aproveitam da iniciativa como plataforma de marketing e sustentação às custas de causas verdadeiras quando estes não estão interessados em nenhuma dessas causas de dignidade e de razão, fora o interesse infinito do seu próprio umbigo. Isso ainda quando não são os próprios movimentos que orquestram a causa que as multidões deveram defender contra o movimento antagônico ao seu, não pela causa, mas pelo movimento em si mesmo.
O resultado que aparece após tantas promessas não cumpridas essa a sucessão de explorações políticas contínuas só podem ter duas reações possíveis, as quais vemos aos montes:
Os dispostos a lutarem por alguma coisa são atraídos e alugados por movimentos partidários que oferecem a eles uma causa, um grupo de iguais, um reconhecimento nobre em meio ao grupo e uma voz, desde que essa seja unânime aos interesses do grupo e o indivíduo segue sendo escravo do que pensa ser os seus interesses. E como tendência, se distancia do crítico se polarizando e passa a habitar uma realidade diferente da real, com considerações seletivas de um todo mais complexo e que repulsa de quem enxerga diferente dela;
IDENTIFICANDO BOLSONARO NO CENÁRIO
Bolsonaro se encaixa no caso número um. Não diferente dos outros grupos, tendo os extremos interpretações diferentes da mesma profundidade, os fãs de Bolsonaro se deixaram cegar por discursos ideológicos infundados, admitidos infundados pela própria direita contemporânea que se manteve coerente durante um tempo ao reconhecer, pelo menos, o quão são infundado. Não há como mudar o que é fato, então engana-se.
Basicamente, a sedução de Bolsonaro, para quem assim se sinta seduzido, está nas frases de efeitos usadas como resposta útil em um debate onde ele raramente ouve o que ele mesmo diz. Como um tiro verbal em represália a uma questão proposta.
O QUÃO ESTAMOS PERDIDOS
Finalmente e ironicamente eu quero dizer que, antes, bem antes, além de todo os pretextos políticos já comuns e formalizados até aqui, trata-se de algo bem mais básico e fundamental: a consciência que uma pessoa saudável deve ter como cidadão. Antes de tratarmos da política como política, particularmente, eu penso que não se trata apenas de política e da imagem separatista que não só o dito cenário ganhou nos últimos tempos, como também é visto por muitos assim. O mundo é muito mais que um muro com dois lados a serem divididos, as pessoas não são tampas onde, como ele promove, rotula e desmerece aqueles que bem quer.
Eu fico abismado ao ver a que ponto chegamos em não tratar do básico e termos agora, como resultado, a manifestação desse surto político, novamente; como um hiato repentino que vai e volta mas nunca é aprendido como lição de nossa presunção exacerbada de ideais e deste primeiro impulso de extremar para discriminar, dividir para inculpar e assim em sua caricatura sendo mais um contribuinte a polarizar a política, quando a função dela é harmonizar o método de governança por mais fragmentado que seja.
A ESTRATÉGIA PREVISÍVEL PARA ALCANÇAR O SEU OBJETIVO
Candidatos como Bolsonaro se aproveitam de pessoas com tendência ao extremo para poderem propagar seus ideais extremos. Se aproveitam do fato de termos tido um governo corrupto titulado de esquerda – sem querer entra no mérito da questão de posição desse governo – para nos oferecer como solução um outro extremo. Um vício de piores escolhas. Ele, como muitos outros, usa a imagem de Lula e Dilma e a memória dos seus governos encerrados numa crise para criar um contrapeso e colocar-se como escolha alternativa porque quase que basicamente “até agora não foi comprovado nenhuma evidência de que ele fosse corrupto”. Essa é a grande justificativa que na maioria das vezes usam para a sua candidatura.
Então, o que ele pretende no final das contas é controle. Controle absoluto de um país que se desenvolva e funcione conforme a sua vontade, pois pensa que só com esse tipo de controle um país pode ter futuro.
CORRUPTO DE SER
Eu não acredito que esse desejo de posse regido sob essas ideais seja por ignorância inconsciente dele, mas por mau-caratismo desonesto mesmo. Esse modo de agir e de pensar não é exclusivo apenas como atuação política; vem do caráter. É assim que ele pensa como também inúmeras vezes disse e ainda dirá.
É completamente assustador e trágico ver pessoas aos montes se aderirem a figura de alguém com essas propostas e essas visões de mundo confessadamente e abertamente declaradas pelo próprio em palavras e atos, sem terem se quer o pensamento de reverem e darem conta do que estão patrocinando. Esse estado de fanatismo e desleixamento de voto que se instalou no Brasil, não de hoje mas já de muito tempo e só vem piorando, mostra que chegamos ao limite de toda a referência de ponderação minimamente necessária para escolher em favor de nós mesmos, para elegermos representantes sensatos, e saber identificar clara porém criteriosamente o que está sendo ofertado para o melhor de todos e o que e apresentado como única e possível escolha enquanto e, na verdade, a que deveria ser a mais duvidosa de todas elas.
Isso, no entanto, não é de se impressionar visto que esse fenômeno de precarização de escolha política vem antes da oferta de alternativas políticas que só são consideradas graças a ausência de estruturação mental, não em um ou dois, mais da sociedade como um todo, tanto de ponderação para poder de escolha, e escolha saudável, quanto na formação de sua faculdade mental que não se constitui necessariamente de uma formação anteriormente acadêmica ou de qualquer outra natureza sistêmica para que haja emponderamento e noção, mas essencialmente de um processo contínuo de reflexão da situação atual, o que culminou para que se apresentasse assim, com todas essas atribuições, configurações e características gerais, o que ou quem está se aproveitando disso é como, qual foi o ponto de partida para que o cenário começasse a se transfigurar até ficar desse modo é o que influenciou, exatamente, este fim... Perceber, afinal, o plano além do que é de concepção meramente individual e começar a visualizá-lo numa visão macro e abrangente, através de critérios não emocionais ou apenas opinativos, mas históricos e analíticos por si mesmo, numa percepção aérea e honesta que busca entender porque, ao invés de defender o padrão normativo já instaurado ou aclamado por uma certa maioria. Bastaria isso para que fosse muito.
Esse extremismo nasce previamente de uma confusão de percepção individual, que cresce para um apelo social. E o coletivo que fábrica os seus eleitorados, que, por sua vez, não são nada além do que os eleitores anseiam ouvir com as carências sociais que não foram ouvidas e atendidas pelo atual governo ou posterior. Bolsonaro, então, está compreensivelmente entre os preferidos por proclamar todas as carências de grande parte dos eleitores, as quais se destacam o medo gerado por um abismo de insegurança em todos os ambientes, a constatação da massa suja corrupta que forma nossos governantes e a informalidade e brutalidade que passa um ar de transparência raro de se encontrar em um cargo político, e por isso presumivelmente confiável e “iferente do resto”, e “ ruto” como “nós”; irreflexivamente direto e incisivamente apelativo, como se vê.
Sabendo disso, fica evidente que um político de princípios não só frágeis e incertos, mas historicamente desumanos, advém de uma sociedade adoecida.
Ou a totalidade de todos que se identificam com Bolsonaro conhecem os princípios defendidos por ele e, por isso mesmo, também o apoiam e a doença é mesmo a desvalorização da vida com o pretexto de se eliminar o mal que é elegido conforme o tempo, ou e um adoecimento acrítico que se estabelece pela falta de não saber ponderar tampouco saberá identificar o intuito daqueles que se prestam a governar, nem a sua pessoa, nem os seus princípios ou falta deles, nem o que ele de fato defende quando diz que defende; não saberá realmente o que está apoiando, atuando permanentemente como um pobre ignorante útil; ou do contrário, seja realmente bem informado e a par do que apoia conscientemente para que seja alcançado e nada faz, senão em favor do mal.
É compreensível parte desse tipo de pensamento, visto que atualmente um político que não seja corrupto ou no mínimo que não seja “muito corrupto” em comparação a grande maioria corrupta ativa e tenha destaque no seu meio logo é tido como totem. Compreensível sim, eu compreendo o pensamento de muitos, mas nem por isso é valido, de forma alguma.
Não ser corrupto não é o único requisito de algum candidato, principalmente para presidência. Embora não seja corrupto fiscalmente e até o momento nada denuncie o mesmo, é nítido que antes se ter como candidato, Bolsonaro é uma pessoa totalmente corrompida de princípios, e como político corrompido de qualquer coisa que favoreça um bem maior de toda a sociedade e inclusão da mesma em troca de seu gosto tendencioso ao mal ainda que caracterizado como algo bom.
MINHA INDISPONIBILIDADE PARA SER IDEOLOGIZADO
Não me alugo nem me deixo ser alugado por nenhum tipo de ideologia partidária, menos ainda as que se baseiam na crença de que os fins justificam os meios. Até porque a muito tempo se sabe, mas parecem serem seletivos ou se desligarem disso em épocas de eleição, que na verdade, dentro do jogo político brasileiro termos ideológicos é o que menos importa. E é por esse e outros motivos que não me faço possibilitar a ser alugado para tais causas.
CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com todo respeito, a mim mesmo e a tantos outros familiares, amigos próximos e distantes, a todos os conhecidos e desconhecidos que estão sendo enganados, eu digo: para a conservação da consciência (principalmente e primeiramente) e senso político de todos, Bolsonaro assim como qualquer outro de qualquer orientação ideológica que possa se apresentar com as mesmas declarações – por mais antagônico que seja seus ideias, visto que extremos são duas bandas da mesma moeda, e que quanto mais extremo mais paradoxalmente próximo estará em acordo com seu lado oposto – devem ser repreendidos e depostos de seus cargos e de todo poder de autoridade civil, política ou militar. Isto é, impedido de governar ou fazer parte influente de qualquer um destes poderes, mas com cautela e respeito sem que se use das mesmas táticas de hostilização, ridicularização, ignorância ou qualquer forma de preconceito nem se cumpliciando dos mesmos. Todavia, sem tolerância. Não há e não se pode haver tolerância ao tratarmos daquilo que é intolerante, do contrário a intolerância toma partido se aproveitando da permissividade cedida pela intolerância não precavida de conhecer a força contrária. Nesse sentido, o direito ser intolerante com a intolerância é na verdade uma necessidade em favor da preservação da verdadeira tolerância que não tolera os intolerantes.
Para mim a alternativa menos danosa é manter pessoas assim, com o espírito descrito como tema neste texto, logo quando notado sua tendência, exclusas de qualquer atividade que não seja sua atividade como civil, longe de exercer qualquer outra influência representativa, sem que se tire o seu direito de cidadão em exercício, mas nada além disso. Ou esperamos até termos uma constatação concreta de um possível desastre no qual estamos caminhando, menosprezando todo o poder da influência do tolo, do extremo, do ridículo e do insensato capaz de conquistar as multidões com seu discurso empregado de dubiedades de primeira vista convincentes, mas sem nenhum preparo nem amadurecimento político.
[...] Em suma, a minha tolerância me põe na posição de ser anti-bolsonaro e não o sou por nenhuma razão política, mas sim porque este é a antítese de qualquer harmonia social e decisão tomada por bom senso. Parto de uma consideração bem mais ínfima, embora clara, de qualquer ponto de vista ideológico. No entanto sei que, para muitos que lerão isto, tal consideração nunca será entendida de uma forma tão simples e destratada de todo e qualquer compromisso de ideais políticos.
Gabriel Rocha
06.10.17
Eu não acredito que esse desejo de posse regido sob essas ideais seja por ignorância inconsciente dele, mas por mau-caratismo desonesto mesmo. Esse modo de agir e de pensar não é exclusivo apenas como atuação política; vem do caráter. É assim que ele pensa como também inúmeras vezes disse e ainda dirá.
É completamente assustador e trágico ver pessoas aos montes se aderirem a figura de alguém com essas propostas e essas visões de mundo confessadamente e abertamente declaradas pelo próprio em palavras e atos, sem terem se quer o pensamento de reverem e darem conta do que estão patrocinando. Esse estado de fanatismo e desleixamento de voto que se instalou no Brasil, não de hoje mas já de muito tempo e só vem piorando, mostra que chegamos ao limite de toda a referência de ponderação minimamente necessária para escolher em favor de nós mesmos, para elegermos representantes sensatos, e saber identificar clara porém criteriosamente o que está sendo ofertado para o melhor de todos e o que e apresentado como única e possível escolha enquanto e, na verdade, a que deveria ser a mais duvidosa de todas elas.
Isso, no entanto, não é de se impressionar visto que esse fenômeno de precarização de escolha política vem antes da oferta de alternativas políticas que só são consideradas graças a ausência de estruturação mental, não em um ou dois, mais da sociedade como um todo, tanto de ponderação para poder de escolha, e escolha saudável, quanto na formação de sua faculdade mental que não se constitui necessariamente de uma formação anteriormente acadêmica ou de qualquer outra natureza sistêmica para que haja emponderamento e noção, mas essencialmente de um processo contínuo de reflexão da situação atual, o que culminou para que se apresentasse assim, com todas essas atribuições, configurações e características gerais, o que ou quem está se aproveitando disso é como, qual foi o ponto de partida para que o cenário começasse a se transfigurar até ficar desse modo é o que influenciou, exatamente, este fim... Perceber, afinal, o plano além do que é de concepção meramente individual e começar a visualizá-lo numa visão macro e abrangente, através de critérios não emocionais ou apenas opinativos, mas históricos e analíticos por si mesmo, numa percepção aérea e honesta que busca entender porque, ao invés de defender o padrão normativo já instaurado ou aclamado por uma certa maioria. Bastaria isso para que fosse muito.
Esse extremismo nasce previamente de uma confusão de percepção individual, que cresce para um apelo social. E o coletivo que fábrica os seus eleitorados, que, por sua vez, não são nada além do que os eleitores anseiam ouvir com as carências sociais que não foram ouvidas e atendidas pelo atual governo ou posterior. Bolsonaro, então, está compreensivelmente entre os preferidos por proclamar todas as carências de grande parte dos eleitores, as quais se destacam o medo gerado por um abismo de insegurança em todos os ambientes, a constatação da massa suja corrupta que forma nossos governantes e a informalidade e brutalidade que passa um ar de transparência raro de se encontrar em um cargo político, e por isso presumivelmente confiável e “iferente do resto”, e “ ruto” como “nós”; irreflexivamente direto e incisivamente apelativo, como se vê.
Sabendo disso, fica evidente que um político de princípios não só frágeis e incertos, mas historicamente desumanos, advém de uma sociedade adoecida.
Ou a totalidade de todos que se identificam com Bolsonaro conhecem os princípios defendidos por ele e, por isso mesmo, também o apoiam e a doença é mesmo a desvalorização da vida com o pretexto de se eliminar o mal que é elegido conforme o tempo, ou e um adoecimento acrítico que se estabelece pela falta de não saber ponderar tampouco saberá identificar o intuito daqueles que se prestam a governar, nem a sua pessoa, nem os seus princípios ou falta deles, nem o que ele de fato defende quando diz que defende; não saberá realmente o que está apoiando, atuando permanentemente como um pobre ignorante útil; ou do contrário, seja realmente bem informado e a par do que apoia conscientemente para que seja alcançado e nada faz, senão em favor do mal.
É compreensível parte desse tipo de pensamento, visto que atualmente um político que não seja corrupto ou no mínimo que não seja “muito corrupto” em comparação a grande maioria corrupta ativa e tenha destaque no seu meio logo é tido como totem. Compreensível sim, eu compreendo o pensamento de muitos, mas nem por isso é valido, de forma alguma.
Não ser corrupto não é o único requisito de algum candidato, principalmente para presidência. Embora não seja corrupto fiscalmente e até o momento nada denuncie o mesmo, é nítido que antes se ter como candidato, Bolsonaro é uma pessoa totalmente corrompida de princípios, e como político corrompido de qualquer coisa que favoreça um bem maior de toda a sociedade e inclusão da mesma em troca de seu gosto tendencioso ao mal ainda que caracterizado como algo bom.
MINHA INDISPONIBILIDADE PARA SER IDEOLOGIZADO
Não me alugo nem me deixo ser alugado por nenhum tipo de ideologia partidária, menos ainda as que se baseiam na crença de que os fins justificam os meios. Até porque a muito tempo se sabe, mas parecem serem seletivos ou se desligarem disso em épocas de eleição, que na verdade, dentro do jogo político brasileiro termos ideológicos é o que menos importa. E é por esse e outros motivos que não me faço possibilitar a ser alugado para tais causas.
CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com todo respeito, a mim mesmo e a tantos outros familiares, amigos próximos e distantes, a todos os conhecidos e desconhecidos que estão sendo enganados, eu digo: para a conservação da consciência (principalmente e primeiramente) e senso político de todos, Bolsonaro assim como qualquer outro de qualquer orientação ideológica que possa se apresentar com as mesmas declarações – por mais antagônico que seja seus ideias, visto que extremos são duas bandas da mesma moeda, e que quanto mais extremo mais paradoxalmente próximo estará em acordo com seu lado oposto – devem ser repreendidos e depostos de seus cargos e de todo poder de autoridade civil, política ou militar. Isto é, impedido de governar ou fazer parte influente de qualquer um destes poderes, mas com cautela e respeito sem que se use das mesmas táticas de hostilização, ridicularização, ignorância ou qualquer forma de preconceito nem se cumpliciando dos mesmos. Todavia, sem tolerância. Não há e não se pode haver tolerância ao tratarmos daquilo que é intolerante, do contrário a intolerância toma partido se aproveitando da permissividade cedida pela intolerância não precavida de conhecer a força contrária. Nesse sentido, o direito ser intolerante com a intolerância é na verdade uma necessidade em favor da preservação da verdadeira tolerância que não tolera os intolerantes.
Para mim a alternativa menos danosa é manter pessoas assim, com o espírito descrito como tema neste texto, logo quando notado sua tendência, exclusas de qualquer atividade que não seja sua atividade como civil, longe de exercer qualquer outra influência representativa, sem que se tire o seu direito de cidadão em exercício, mas nada além disso. Ou esperamos até termos uma constatação concreta de um possível desastre no qual estamos caminhando, menosprezando todo o poder da influência do tolo, do extremo, do ridículo e do insensato capaz de conquistar as multidões com seu discurso empregado de dubiedades de primeira vista convincentes, mas sem nenhum preparo nem amadurecimento político.
[...] Em suma, a minha tolerância me põe na posição de ser anti-bolsonaro e não o sou por nenhuma razão política, mas sim porque este é a antítese de qualquer harmonia social e decisão tomada por bom senso. Parto de uma consideração bem mais ínfima, embora clara, de qualquer ponto de vista ideológico. No entanto sei que, para muitos que lerão isto, tal consideração nunca será entendida de uma forma tão simples e destratada de todo e qualquer compromisso de ideais políticos.
Gabriel Rocha
06.10.17
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