Deus da Guerra: Estaria Deus brincando de guerra ou o homem brincando de Deus?

E o homem disse: “Em nome de Deus, haja guerra!”

Em um post de uma página independente do Facebook (Iconoclastia Incendiária), vi a imagem acima¹ e fiz o seguinte comentário:

Na verdade, se baseado no conceito ateu, é muito contraditório e leviano tentar fazer com que uma divindade ou a ideia de um deus para responsabilizá-la de acontecimentos que se concretizam graças a nós, humanos. Não em um geral, mas levando em conta a ideia do livre arbítrio, cada ser poderia e pode fazer o que quiser desde que seja possível fazer tal coisa. Sem querer ser árbitro de nada, nem mesmo querendo traçar um paralelo do ateísmo contra ou sobre o cristianismo, apenas analisando tudo como é, ou no mínimo se diz ser.

“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.”

(1 Coríntios; cap.: 6; vers.:12)

Então, ainda se baseando na existência de Deus e no versículo acima. Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém. Tudo posso, mas nem tudo me fará bem. Assim como alguém chega e diz: "Quero fazer isso" mas em sua condição não a faz por não ser possível sobre alguma circustância, e então restará apenas o desejo e/ou anseio em fazê-la. Já outro chega e diz, "quero, e posso fazer isso" e assim podendo a faz, para o bem ou para o mal, mas faz. O que irá acabar concretizando a ação pretendida por nós, será a possibilidade em fazê-la, e só. E esse versículo leva isso em conta. De origem foi isso e apenas isso.

Agora, a ideia de que Deus teria nos dado o livre arbítrio, mas no entanto, teria que interferir no mesmo toda vez que algo de ruim ocorresse (no caso o bem e o mal, tanto quanto o bom e o ruim seriam todos relativos a um mundo criado ao acaso na perspectiva ateísta, assim se baseando em sentimento a humanos e conceitos morais. Bem como dependeria da interpretação de quem o testemunhasse, ou vivenciasse), além de contraditório e sem fundamento, é sem dúvida impossível, errôneo e de afirmação falsa, não importando quem fizesse ou sugerisse esse tipo de afirmação.

Essa ideia só veio a existir por falta de entendimento lógico, bíblico, e teológico, já que ainda se baseando na existência de Deus, não há nada nem nas escrituras bíblicas que confirme tal pensamento.

No calvinismo essa mesma ideia foi acolhida e apoiada, mas sem as contradições. Isto é, alegando que o livre arbítrio é uma falácia, e que tudo que há e existe, tanto o que já ocorreu, ocorre e há de ocorrer (diga-se tempo-espaço) já foi determinado para ser assim feito conforme a vontade do Criador desde sempre. Ou seja, de acordo com o calvinismo tudo que fazemos não passa de um livro com começo, meio e fim já prontos, onde nele somos os personagens que vivem com uma certa "ilusão de livre arbítrio", pensando que temos controle sobre certas coisas ou no mínimo de nós mesmos, mas no final tudo seria como algo programado para acontecer.

Eu no entanto não acredito nisso, mas creio em Deus, ao mesmo tempo em que não sou religioso. Creio que Deus está acima de qualquer sistema, sendo assim também, sistema religioso. Não quero causar debates ou nada do tipo, apenas deixar essa questão mais clara, isso até onde conheço.
Admiro o trabalho de vocês, independente de crenças ou descrenças, acho grande parte do conteúdo muito interessante e tenho tendência em concordar com a maioria. Nesse deixo meu ponto de vista.

(20.06.16)


Em um dos quatro comentários dirigidos ao que tinha feito, li um² que decidi responder com o seguinte texto:


Beto Lima, primeiramente não se encontra essa frase na Bíblia, mas algo parecido no Alcorão onde se diz mais ou menos assim: “Ele sabe o que há na terra e no mar, e não cai uma folha sem que Ele disso tenha ciência.

O mais próximo disso que se pode obter na Bíblia é em um versículo de em Lucas 12, quando Jesus diz que até os fios dos cabelo de seus discípulos estão todos contados, dentre outras coisas que havia dito para encoraja-los e mostrar que não há nada na Terra que devam temer.

Todavia, não estou dizendo que Deus — sem querer impor minhas convicções sobre você, mas dizendo porque assim creio – não teria poder de interferir. Tanto que pode, que o faz.

No dilúvio por exemplo, foi uma intervenção em grande, gigantesca escala, aplicada em uma grande região, para salvar nós de nós mesmos, pelo contrário seria o fim da espécie humana. Mas se começasse a detalhar mais essa sobre esta questão acabaria tirando o foco da atual.

Pois bem... Isso foi uma intervenção que aconteceu porque se não por isso, não havia outra alternativa. E no final dela a palavra de que não tornaria a fazer algo parecido até o fim dos tempos.
Mas isso não significa que ele não possa intervir quando quiser, do modo que queira, como, e a quem queira.

A questão que levantei foi de que Deus sendo Deus, não tem dever a cumprir ou de realizar demais intervenções para satisfazer os nossos caprichos e demais necessidades, principalmente aquelas que foram causadas por nós mesmos.
Eu particularmente não consigo imaginar um Deus mordomo em que toda vez que um ser humano (como se esse fosse a criatura mais importante do universo) estivesse em apuros, esse teria de parar o cosmos, retroceder a rotação da Terra em sua órbita, ou sobre por uma mão divina gigante para assim alegar que fez seu papel como Deus do bem.

Ora. Ao invés disso, penso eu que esse mesmo Deus está agindo todo dia sobre aqueles que nele verdadeiramente crêem e demonstram sua crença e fé nele através de suas obras, sendo que apenas a fé não se justifica sem obras, e nem as obras sem fé, como diz em Tiago 2 versículo 14 em diante.

Mas agora respondendo enfim sua pergunta, quero dizer que também já indaguei sobre isso. “Se Deus sabe o futuro, assim sabendo o que iremos decidir e fazer isso antes que o façamos, então como pode ao mesmo tempo nos dá o livre arbítrio? Isso não faz muito sentido”
Até que finalmente entendi que não poderia compreender.

Veja só, ainda nos dias atuais estamos começando a penetrar em todo o universo quântico e tudo mais que o compõe, redescobrindo o que achávamos já ter descoberto, e reconsiderando teorias antigas, etc. Nós ainda vamos nos espantar com tantas outras descobertas e teses que irão se originar em meio a isso tudo, inclusive daquele acelerador de partículas.

Então, mesmo com tantos poréns e incertezas sobre o que existe aqui, na Terra, coisas que vivemos em nós e pra nós, e dependemos dela como base da nossa existência, por exemplo toda a matéria e a questão do tempo que trato como principal aqui, queremos tentar adivinhar e levantar afirmações acerca de como Deus trata algo como o tempo?!

Sinceramente, levando em consideração a visão que tenho de Deus tendo seu poder, não vejo ele restrito a esse tempo-espaço. Essa mesma limitação de tempo que temos a nós, e que separamos de maneira resumida em passado, presente e futuro, simplesmente não existe para algo como Deus!

Eu me limito porque sou mortal, extremamente relativo, e humano, e pra completar ainda faço parte da criação. Ele no entanto é absoluto e o criador, até mesmo do tempo. Sim, do tempo. Ele ao meu ver criou tudo, incluindo o tempo, e não o tempo a Ele houve criado.

Meu amigo, sei que pra você pode ser difícil, já que (posso está errado) não tem em mente a mesma convicção que tenho em Deus. Mas o que quero dizer que ele sendo Deus, não conhece nenhum tipo de separação nem de tempo ou espaço. Para Ele o agora é futuro, o presente é o passado, justamente porque nada disso o limita.
É o mesmo que está explícito em 2 Pedro capítulo 3 ("Para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia"), Ele hoje opera no ontem, ao mesmo tempo que opera no amanhã, porque isso tudo para Ele é uma coisa só.

Gabriel Rocha
Obs.: O link para a publicação original não pode ser encontrado devido a página "Iconoclastia Incendiária" ter sido excluída.

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