Bocagem (Poema)
Bocas, bocas, bocas...
Bocas sempre haverão:
Bocas mansas, bocas loucas.
Havendo mais de uma boca,
provavelmente se beijarão
Instinto meu, instinto teu:
ação e reação.
– Ninguém notou o clima quente,
Ninguém impediu a colisão –
Bocas molhadas, bocas secas.
Bocas sóbrias, bocas bêbadas.
É boca pra mais de metro.
Bocas... óh, bocas pra que te quero!
Sobra boca, falta beijo.
É muita boca beijada pra pouco beijo encontrado,
pois nem só de bocas viverá 'os homi'.
Beijar boca é fácil.
Beijar boca, depois de tantas outras, é chato.
Beijar boca, tendo boca, é abocanhar pessoas.
Bom e diferente mesmo é beijar você.
É beijar sabendo quem se beija, e assim,
qual é o beijo, não só a boca.
É se dar em beijo a algo pessoal, a este “você” – mais que boca.
Isso que dá identidade ao beijo,
antes só perpetuamente genérico e
potencialmente beijável,
Pra quem eu quiser beijar;
pra alguém que tenha boca a dar.
Isso revela um rosto, que não é só boca,
feita de carne, muito ou pouca.
É saber que, com o beijo beijado,
não se beija apenas outra boca.
Não se abocanha só mais uma pessoa
com a minha pessoa, afobada no oba-oba de beijar boas bocas
sem encontrar, em suas bocas, uma beleza de pessoa,
a qual vale a boca beijar sem pena alguma;
A qual vale a pena beijar com toda minha boca.
É fazer um encontro não só de boca com boca, força com força
e toda essas coisas, ainda meia-bocas,
mas de uma declaração molhada com ligas de saliva
que interligam um bocado de um e de outro
em sentimento, amor e paixão.
Se não for de beijo a tua boca,
do que vale o beijo, então?
_
“Bocagem” - Poema nº7 | Gabriel Rocha | 31.01.19
Bocas sempre haverão:
Bocas mansas, bocas loucas.
Havendo mais de uma boca,
provavelmente se beijarão
Instinto meu, instinto teu:
ação e reação.
– Ninguém notou o clima quente,
Ninguém impediu a colisão –
Bocas molhadas, bocas secas.
Bocas sóbrias, bocas bêbadas.
É boca pra mais de metro.
Bocas... óh, bocas pra que te quero!
Sobra boca, falta beijo.
É muita boca beijada pra pouco beijo encontrado,
pois nem só de bocas viverá 'os homi'.
Beijar boca é fácil.
Beijar boca, depois de tantas outras, é chato.
Beijar boca, tendo boca, é abocanhar pessoas.
Bom e diferente mesmo é beijar você.
É beijar sabendo quem se beija, e assim,
qual é o beijo, não só a boca.
É se dar em beijo a algo pessoal, a este “você” – mais que boca.
Isso que dá identidade ao beijo,
antes só perpetuamente genérico e
potencialmente beijável,
Pra quem eu quiser beijar;
pra alguém que tenha boca a dar.
Isso revela um rosto, que não é só boca,
feita de carne, muito ou pouca.
É saber que, com o beijo beijado,
não se beija apenas outra boca.
Não se abocanha só mais uma pessoa
com a minha pessoa, afobada no oba-oba de beijar boas bocas
sem encontrar, em suas bocas, uma beleza de pessoa,
a qual vale a boca beijar sem pena alguma;
A qual vale a pena beijar com toda minha boca.
É fazer um encontro não só de boca com boca, força com força
e toda essas coisas, ainda meia-bocas,
mas de uma declaração molhada com ligas de saliva
que interligam um bocado de um e de outro
em sentimento, amor e paixão.
Se não for de beijo a tua boca,
do que vale o beijo, então?
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“Bocagem” - Poema nº7 | Gabriel Rocha | 31.01.19
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