Trabalho de Φιλ: "Manifestações Culturais - Religião"

Texto explicativo:

INTRODUÇÃO 

O trabalho solicitado para o tema “Manifestações Culturais” para a disciplina de Filosofia traz como tema a crença sob o aspecto geral, tratando além das religiões e doutrinas a origem da crença, suas características de acordo com os pensamentos filosóficos e reflexões pessoais em torno da mesma.

DESENVOLVIMENTO

[conceito]:
A crença, de modo geral, é uma característica cultural humana¹ nítida de sua grande influência no mundo em qualquer tempo histórico e, dentre outras manifestações culturais, é interessante notarmos que a crença se sobressai aos olhos da filosofia, pois:

[característica]:
Primeiro, a crença antes de se manifestar em cerimônias, cultos e artigos materiais se manifesta em fé, crendo;

[fatores históricos]:
Segundo, porque a crença está presente em âmbito universal estando sujeita a construções e adaptações dependendo de sua cultura e muitas das vezes é sistematizada, formando assim uma religião, para que os conceitos e significados determinados dessa religião (doutrina) permaneçam os mesmos em outras culturas e eras², embora essa inalterabilidade pretendida não aconteça em prática. Quando acontece, e a religião não passa por nenhuma reforma ou processo de adaptação na cultura que a absorveu (como por exemplo o sincretismo religioso de Roma³ que estudamos esse ano, ou o mesmo o que ocorreu com o cristianismo quando a Igreja Católica adotou e adaptou as doutrinas das religiões europeias, moldando-os de acordo com seus interesses), a religião cai em decadência, perde o seu poder e não raramente, morre;

[reflexão]:
Terceiro, porque a crença quando é justificada pela fé, independe de qualquer teto, administração, fiscalização ou sistematização religiosa que não seja a própria consciência regada de fé e lucidez. O que elimina a necessidade de um modelo religioso e traz um modelo de ideal de vida que transcende toda criação humana: Fé. Não é preciso de uma religião para poder crer de verdade. O que significa dizer que a fé, como um atalho para uma percepção que excede a razão humana, não pode ser condicionada sob a maquete religiosa, pois essa é uma criação do homem que parte de uma tentativa de se “re_ligar” com o divino. Daí que se parte a etimologia de reconexão do termo “religião” (que embora ainda seja muito discutida, é inegável dizer que ao falarmos de religião estamos, de uma maneira ou de outra, considerando o mesmo sentido de proximidade a uma compreensão divina) fazendo o caminho do, “eu”, finito, mensurável e limitado ser relativo ao tempo-espaço que sou, para se chegar ao infinito, imensurável, onipotente e absurdo que se pretende chegar. No entanto, a fé faz o caminho oposto, confiando que do infinito ao finito tudo é possível, mas nunca o contrário. E é por isso que a fé não cabe dentro dos pensamentos regidos pelo homem mesmo que sejam por parte manifestos nos pensamentos do homem, ainda assim, não se pode pensar que com toda a finitude “amebatica” que temos e nos surpreendemos com alguns pensamentos, poderíamos de alguma forma a partir deles compreender de forma total o que é incompreensível. 



[fatores históricos e antropológicos]:
E quarto, porque a crença se mostra capaz de produzir outras expressões culturais que não seja apenas a construção e compreensão de ideias voltadas a algo divino. Como por exemplo, os contos mitológicos muitas das vezes usados para ensinar uma lição de moral, ou as vestimentas militares de povos antigos que refletem bastante as suas crenças, entre outras riquezas de produção cultural que a crença acaba instigando.

CONCLUSÃO

[resumo e conclusão]:
Concluímos então enfatizando que, nenhuma cultura por maior ou menor que seja, tendo contato com outras civilizações ou não, sendo as civilizações de origem e de contato primitivas ou modernas existiu ou existe sem a crença em uma força maior capaz de intervir ou mesmo ser a realidade.

Gabriel Rocha
25.07.17


Texto poético:


Sopro Divino

Como um cético que mergulha em sua razão,
Como alguém qualquer que se pergunta: por que não,
Do beber do cálice ao partilhar do pão;
Tudo ou nada,
E se estivermos nesse time-lapse em vão?

Como um cego que inutilmente embaralha o seu baralho,
Ou o dito sem noção que comemora um ato falho.
Confesso, daí eu me jogo mas sei que não caio,
Ou seria melhor existir e fingir
Que é tudo um mero ensaio?

Agora começamos!
Se eu entendo é porque
Creio pra poder entender.
Se eu creio é porque acredito
E se acredito é com a fé
Que me faz além de somente existir,
Viver.

Dias ensolarados parecem estar bem longe de vir.
Há muitas pessoas por perto mas poucas estão realmente aqui.
Eles ficam no aguardo de algo surpreendente ou indecente
Que possa desperta-los desse estado frio e dormente
Desse fardo tão displicente 

Tudo isso às vezes, para eles, parece uma grande loucura
Subindo e descendo outra vez essas mesmas dunas
Mas se continuam a se mover então acreditam em alguma coisa
Seja no acordar para poder viver mais um dia
Ou no descansar na morte com o dom da vida

Pensando bem e repensando melhor,
A cada pensamento eu percebo que a inspiração não tem fim.
Pensando além como quem reconhece algo maior,
A inspiração é um resquício do sopro divino soprado em mim.

Gabriel Rocha
26.07.17


Referências: 
1. Religião sob o aspecto cultural
2. Livro "Ser Protagonista - História 1º ano - Ensino Médio" (2017) por Fausto H. Nogueira e Marcos A. Capellari; capítulo 9; pag. 140, Difusão cultural bizantina.
3. Sincretismo religioso romano
4. Livro "Filosofando - Introdução à filosofia - 1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio" (2017) por Maria Lúcia Aranha e Maria Helena Pires; capítulo 10, A teoria da iluminação.

Trabalho de Gabriel Rocha para a disciplina de Filosofia orientado pelo Profº Canício Scherer | EEEM Agenor Roris.
ES - Vila Velha, Coqueiral de Itaparica, 26 de julho de 2017.

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