[TEORIA CRÍTICA MARXIANA]: O Formalismo no Mundo Contemporâneo

O FORMALISMO NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

 

INTRODUÇÃO

  • A carência da semiótica sociológica das obras:

O Formalismo caracteriza-se por ignorar abordagens sociológicas, políticas e filosóficas que serviam de base para muitos estudos literários da época. A análise literária deveria ser efetuada apenas por meios estéticos, sem relevar as considerações do autor durante a elaboração da obra;

  • Defesa de uma abordagem morfológica:

Bakthin acreditava que na estrutura da linguagem todos os elementos fundamentais formam uma base sólida, constituída de divisões consistentes e consolidadas. A consciência e o conhecimento, de maneira geral, apresentam significação e toda significação associada ao signo, a individualidade e a instabilidade.

  • O objeto investigado era a própria obra, em sentido estritamente estético:

Bakhtin (Orlovsky, 17 de novembro de 1895 – Moscow, 7 de março de 1975) insiste sobre a noção de processo ininterrupto. De acordo com o autor, as palavras se propagam de forma privilegiada. A ideologia é uma superestrutura, as transformações sociais da base se retratam na ideologia e, portanto, na língua que as difunde. A palavra serve como parâmetro das mudanças. Bakhtin, não concorda  que a língua seja superestrutura no sentido estrito definido por Marr, o qual acarretará, em 1950, a inapelável condenação stalinista: a base e as superestruturas estão sempre em interação. Em contrapartida, acredita que a língua não é assimilável a uma ferramenta de manipulação. 


Para Bakhtin, essa característica do formalismo, e consequentemente ele próprio, predomina toda a cultura ocidental pós-moderna a partir do momento em que “infecta” a perspectiva crítica humana tornando-a debilitada e incapaz de tratar objetivamente as questões de sua realidade, o drama do qual ocupa lugar de explorado e alienado por meio dessa mesma falta de clareza e iniciativa em confrontar tais problemas. Na perspectiva de Bakhtin, atrelada ao realismo e ao marxismo histórico, as ciências humanas têm sua cota de culpa por se omitirem a resolução dessas problemáticas quando, ao invés disso, adquirem uma postura de meras esferas opinativas onde a palavra (de estudos de amostras comparativas a ensaios) não possuem valor nenhum; de igual modo, a arte também busca se esquivar de tal chamado ao se fazer apenas como uma replicadora de produções culturais alienantes do imperialismo capitalista. 

Sabe-se que motivações políticas baseiam-se em sua argumentação. Bakhtin, então, enfatiza o perigo de toda sistematização demasiada das novas teorias: um sistema que estanca, perde sua identidade e individualidade. O autor define a língua como uma forma de reflexo das relações e lutas sociais, pelos que sofrem com o efeito deste conflito, servindo, ao mesmo tempo, de objeto e matéria.  As perspectivas do cotidiano constroem a propriedade das palavras e não é instituída porque acompanha cada uma de nossas ações e nossos estados de percepção.

Considerando a estrutura da natureza sociológica da expressão e da atividade mental, podemos dizer que a ideologia do cotidiano corresponde, no essencial, ao que se refere na literatura marxista, sob o nome de “psicologia social”. O fator individual orgânico não é pertinente para a compreensão das forças criadoras e essenciais do interior da consciência.




UFES (Universidade Federal do Espírito Santo) 

8 de março de 2022. 2ª ed.

Vitória, ES 

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Trabalho realizado no 3º período do curso de Licenciatura em Língua Portuguesa & Literatura de Língua Portuguesa da UFES, por Gabriel Rocha. Ilustrações de imagem retiradas da internet, editadas e estilizadas por Gabriel Rocha.

Professor: LUÍS EUSTÁQUIO SOARES | Disciplina: Estudos Literários III, segundo semestre de 2021.

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